domingo, dezembro 31, 2006

Oh Ano Novo...


Dá-me um sonho
dá-me uma aventura
dá-me um cavalo azul
dá-me uma espada
dá-me uma flor
dá-me umas asas
dá-me um beijo
dá-me um sorriso
hei-de cuidar bem deles
saberei estimá-los
e serei feliz…

Não te dou nada
vai tu buscá-los
que foi o que eu fiz!


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segunda-feira, dezembro 25, 2006

Umas vezes

Umas vezes doce
outras salgado.
Umas vezes sem sabor
outras condimentado.
Umas vezes assim
outras assado.
Umas vezes escuro
outras iluminado.
Umas vezes canção
outras fado.

Umas vezes o tanto que falta
outras o que já foi caminhado.



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sábado, dezembro 16, 2006

Sandalinhas

Foi preciso abandonar as sandalinhas de cristal
esquecê-las num desenho antigo
cortar esta ou aquela amarra
deixar de contar com a fada
acolher a palavra surpresa
não me esconder da cor
aceitar sabor diferente
para quase quase
conseguir ser
esboço de
princesa.


Rita Oliveira Dias


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Mimar o tempo

Trato com carinho o tempo:
passeio com ele a toda a hora
dou-lhe colo se estiver cansado
sopro um beijo se estiver perdido
conto-lhe uma história antes de dormir
não o deixo ir a correr embora
bebo-lhe os minutos com cuidado
avivo-lhe a memória se estiver esquecido
afasto o medo quando quer fugir.

Agora, por exemplo,
estou a brincar com ele
e não me digam que temos de parar.
O tempo é meu e eu sou do tempo
fazemos o que queremos juntos:
saltos nas estrelas
viagens à lua
bolas de sabão
caminhos no chão
castelos no ar.


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domingo, dezembro 10, 2006

Querer tudo

Sabes, havia um sonho pesado em que eu me afogava e um sonho leve onde flutuava. Não percebi as razões da diferença. Talvez… espera, havia um sorriso no segundo sonho. Deve pesar menos do que uma lágrima. Provavelmente até tem asas, o sorriso.
É isso. Só pode ser isso. E é azul, claro. De que outra cor pode ser um sorriso?

E lembro outra coisa,

parece que havia um terceiro sonho a meio entre os dois,
pois…
Mas o caminho a meio entre afogar e flutuar…
não é também falta de ar?

Sabes, às vezes penso que o sonho certo não habita o meio. Nem perto.
É preciso manter os olhos fixos no céu.
Querer tudo.
Por nada, ou meio nada, não vale a pena voar.


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sexta-feira, dezembro 08, 2006

Luz nova

Luz quase secreta
gesto invisível, porta aberta
palavra embalada por um poeta.

Regressam as cores à vida
relembra-se a canção esquecida
encontra-se a voz perdida.

Volta a ouvir-se o olhar
apetece correr, apetece brincar
apetece

trincar...

.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Faz de conta

Agora eu era tu e tu eras eu
e tu, sem mãos, não podias prender-me
e o fio ficava solto
e eu partia
(e fingia que voava).

Como?
Imaginaste uns dedos?
Não, não, não!
Não está certo. Tu já sabes voar
não precisas de inventar mais nada.

Deixa que quem imagine seja eu!
O teu sonho não pode apagar o meu.



sexta-feira, dezembro 01, 2006

Luz e sombra

Estrelas acesas e apagadas
estão e não estão
são e não são.

Sonhos e desejos a dormir ou acordados
em turnos
alternados
no céu e na ponta de cada um
dos
nossos
muitos
(a)braços.

O escuro é apenas escuro.


A luz acorda e revela a sombra dos traços.

.



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