quarta-feira, agosto 29, 2007

Um não sei quê

Há nesta nossa espécie de leve leveza
um não sei quê de algodão
de aragem, de folha
de pena, de ave
de música azul
de desejo
de fuga
inverso
de chão.



segunda-feira, agosto 20, 2007

Ser outra vez?

Digo de mim:
não sei se nova se velha se assim-assim
se princípio se meio se fim
se escorrego se o sigo se caminho
se me empurra se o bebo se lhe fujo

Pergunto:
que ventre lhe vai dando luz
parto infinito?

Luta desigual.
Acabarei por ir partir terminar
sem era outra vez...

Ele
(invejo-o?)
vai continuar.





segunda-feira, agosto 13, 2007

Sementes de asas

Semente já não quero que seja
futuro de chão preso.
Semente não quero que cheire
a erva daninha
joelhos no chão.
Semente
agora
só se for coisa de ar
coisa de voar
coisa de música sem corpo
de ventos sem norte
entregues a qualquer sorte
janelas sem casas.

Sementes de asas.