quinta-feira, novembro 22, 2012

três poemas para uma ilustração de Miguel Horta




1
sempre assim
espera(nça) inquieta
doída desassossegada
pela outra quase nada
que voa em mim
sempre
assim
 


2
e se
fosse mesmo isto
a (triste) casa:
ficar ficar ficar
sem sonho
sem desejo
nem desassossego
nem asa?



3
há na saudade
um não sei quê
de laranja
começo
fim de dia
desencontro
lágrima
fado
poesia



Miguel Horta - Ilustração
http://miguel-horta.blogspot.pt/p/ilustracao.html

quarta-feira, agosto 08, 2012

sem eu

é onde moro agora
num lugar azul
sem nome
morada
luz apagada
metade vazio
sonho de sereia
cavalo baleia
sem mar
nem céu
sem eu
sem nada



www.vladstudio.com 

domingo, março 25, 2012

perfume secreto

os dedos todos
as cores perfume
secreto
os sabores
biscoito quente
mel misturado
erva-doce e canela
levando lua fria
trazendo sol dia
sem sombra de janela
eu sem saber
que sabor abraço
longe este
e quase
fada sua
palavra_chave
música
canção
abrindo
quase quase
um deslizar
muito tão devagar
pintura
na pele papel
arranhado
arrepio
sem ter sido
convidado

sábado, março 24, 2012

não mais

agora nunca mais apago a luz
não me vou mais embora
nem me deixo dormir
pode ser um sonho
podes não ser
de verdade
e depois
à noite
fugir

domingo, fevereiro 12, 2012

Como não se esquece?

como não se
esquece
apaga
um amor?
ficamos
nunca
distante
nunca
sem
rasto
nunca
gasto
sem
sinal
de
terra
água
sol
flor


quinta-feira, janeiro 19, 2012

e se?

onde a flor?
onde o mel?
onde o néctar?
onde o doce
que sonhei
que pedi?
e se
afinal
fundo
apenas
no mais
profundo
sonho
azul
de
ti?