sábado, outubro 31, 2009

Cogumelos verdes

Façamos de conta que
é noite
a minha teia e a tua
opostas
distantes...
Imaginemos um monte entre elas
e sobre ele cogumelos verdes
enormes
acesos
como lua
como dantes
a fazer de rua entre ti e mim
fios invisíveis
assim, setas no chão
para cá e para lá
soltos e, também,
subtilmente
presos.
Sorrirás. Dirás que imagino.
Que não há cogumelos verdes
velas
maiores do que nós.

Mas eu sei que sim
porque os vi
no exacto segundo em que apagaste a luz
varreste as migalhas
do caminho

e a noite enrouqueceu

lentamente
até perder a voz.


2 comentários:

Raul Martins disse...

Acredito,
lá na terra do contrário
onde a poesia se torna realidade e as crianças não deixam de sonhar,
e eu fui lá e vi
os teus cogumelos verdes
e ainda consegui apanhar umas migalhas para mim.
.
Abraço tribal

Teresa Martinho Marques disse...

:)