Mesmo que não queiram, semearei e regarei o meu campo de estrelas. Cuidarei das flores com ternura e sorrisos, afagarei todos os sonhos delas. Foi promessa que lhes fiz, que lhes faço, que qualquer um dos meus gestos diz. Se insistirem em desviar-me o olhar, a atenção, se tentarem agarrar a minha mão, eu encontrarei sempre mais pés para escapar, saltar cercas, atravessar grades e regressar ao meu campo de estrelas. Não se atrevam nunca a dizer-me que o meu destino é esquecê-las. Eu não as conto, eu não lhes traço as viagens, eu não lhes estreito as margens, eu não lhes digo que recanto do céu lhes serve melhor. O meu destino é não lhes impor destino, não prometer azul maior, é partilhar o mundo, acalmar a dor, segredar-lhes com carinho: encontra as tuas asas, com estas ferramentas e as que criares, com as tuas perguntas, faz o teu caminho.
Mesmo que não queiram, que me tentem impedir, vão perceber um dia que a força de um jardineiro, mesmo que esteja sozinho, não pode ser calculada, não pode ser controlada, ninguém a pode medir.
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4 comentários:
Olá Teresa
Soube que estiveste na reunião mas não te conheci pessoalmente. Fica para a próxima.
Olinda
Ficará....
Beijinho
é maravilhoso jardinar :) e obrigada pelo texto como presente de domingo!
beijinhos,
susana
Obrigada Moira Susana... Doce sentir estas afinidades...
Beijinhos e obrigada por te passeares pelos meus jardins...
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